Post info

Marcadores:


Comments 0


Author: mentesanta

O Novo Testamento foi influenciado pelas religiões pagãs?
Uma exposição das narrativas das religiões de mistério.


O que foram a religiões de mistério?

Diferente do judaísmo e do cristianismo, as religiões de mistério foram mais influentes nos séculos que precedem o advento de Cristo. A razão de esses grupos ficarem conhecidos como “religiões de mistérios” encontra resposta em suas cerimônias secretas, somente conhecidas por aqueles que se iniciavam em tais religiões.Esses cultos não representavam, obviamente, as únicas manifestações do espírito religioso no Império Romano oriental.

As pessoas daquela época também podiam optar por cultos públicos que não requeriam qualquer cerimônia de iniciação que envolvesse crenças e práticas secretas. A religião olímpica grega e sua contraparte romana são exemplos desse tipo de culto menos místico.

Cada região mediterrânea produziu sua própria religião de mistério. Fora da Grécia, surgiram os cultos (que se desenvolveram posteriormente) tributados a Demeter e Dionísio, assim como a Orfeu.A Ásia Menor concebeu o culto a Cibele, a “Grande Mãe”, e ao seu amado, um pastor chamado Átis. O culto às deusas Isis e Osíris originou-se no Egito, enquanto na Síria e a Palestina viram a elevação do culto a Adonis. Finalmente, a Pérsia (atual Irã) foi o principal local para o culto de Mitra, que, devido ao seu uso habitual da imagem de guerra, proporcionou uma atração especial aos soldados romanos. As religiões de mistérios gregas mais antigas foram religiões estatais, na medida em que atingiram o estado de um culto público ou civil serviram a uma função nacional ou pública. As religiões de mistério posteriores, não-gregas, eram pessoais, privadas e individualistas.

Características básicas.

Apesar da tendência eclética assumida após o ano 300 d.C., cada uma das religiões de mistério estava separada e era distinta das demais durante o século que viu o nascimento da Igreja Cristã. Todas elas assumiram formas diferentes em contextos culturais distintos e sofreram mudanças significativas, especialmente depois do século 1 da Era cristã. Não obstante, é possível apontar cinco características comuns entre elas:

1- O cerne de cada religião era o emprego de um ciclo anual de vegetação, no qual a vida era renovada a cada primavera e terminava a cada outono. Os seguidores dos cultos de mistérios imprimiram significações simbólicas complexas nos processos naturais de crescimento, morte, decadência e renascimento.

2- Faziam uso de cerimônias secretas, freqüentemente relacionadas a um rito de iniciação. Todas elas compartilhavam um “segredo” ao iniciado, que consistia basicamente em informações sobre vida do deus ou deusa cultuado e como os humanos poderiam alcançar a unidade com aquela deidade. Esse “conhecimento” era sempre um conhecimento secreto, inacessível a qualquer pessoa fora do circulo do grupo.

3- Centravam o culto ao redor de um mito, na qual a deidade tinha como característica principal, o retorno da morte à vida ou o triunfo sobre os inimigos do grupo. Era implícito nos mitos o tema da redenção, mas sob o aspecto terrestre e temporal. O significado secreto do culto e de seu mito era expresso por meio de uma “tragédia sacramental”, o que aguçava os sentimentos e as emoções dos iniciados. O êxtase religioso os levara a pensar estavam experimentando o começo de uma nova vida.

4- Atribuíram pequena ou nenhuma atenção às doutrinas e à reivindicação de possuírem uma crença correta e verdadeira. Estavam, principalmente, preocupadas com a vida emocional de seus seguidores. Os cultos aconteciam de muitas maneiras, sempre com o intuito de afetar as emoções e as imaginações dos iniciados: procissões, jejuns, dramaturgias, atos de purificação, luzes resplandecentes e liturgias esotéricas. A ausência de qualquer ênfase doutrinária marca uma diferença importante entre tais religiões e o cristianismo. A fé cristã era (e continua sendo) exclusivista, no sentindo em que reconhece apenas um caminho legitimo para Deus e a salvação: Jesus Cristo. Por outro lado, as religiões de mistérios eram ecumênicas e nada impedia o devoto de um culto de seguir outros mistérios.


Reconstruindo as religiões de mistérios.


Antes 100 d.C., as religiões de mistério ainda estavam limitadas, em grande parte, a localidades especificas e constituíam um fenômeno relativamente moderno. Depois do século 1, começaram a atingir uma influência popular que foi difundida, gradualmente, no período do Império Romano. Além disso, sofreram mudanças relevantes na medida em que algumas religiões absorviam elementos das outras. Como esse ecletismo cresceu agressivamente, emergiam novas e estranhas combinações de práticas e rituais. As religiões reduziram as características mais censuráveis de suas práticas antigas e com isso, começaram a atrair maior número de seguidores.

As fontes utilizadas por muitos escritores que se lançam no desafio para reconstruir as religiões de mistérios são tardias, datadas depois do ano 300 d.C., por isso suas informações são frutos de pelo menos duzentos anos após a produção do último livro escrito e que integrou o cânon do Novo Testamento – o evangelho de João. Logo, a pergunta crucial não deve tratar acerca de uma possível influência das religiões de mistério nos segmentos cristãos depois 300 d.C., mas que efeito elas tiveram no século 1, momento em que o cânon estava escrito.



O culto de Ísis e Osíris (divindades egípcias)



O culto à deusa Ísis se originou no Egito e passou por duas faces principais. Em sua versão egípcia mais antiga, quando não era uma religião de mistério, Ísis foi considerada a deusa do céu, da terra, do mar e do mundo subterrâneo invisível. Nessa fase remota, Ísis teve um marido chamado Osíris. O culto de Ísis só se tornou uma religião de mistério depois que Ptolomeu I introduziu mudanças importantes, em meados de 300 d.C. Na fase posterior, um novo deus, chamado Serápis, tornou-se seu novo cônjuge. Ptolomeu I introduziu mudanças a fim de sintetizar as crenças egípcias e gregas em seu reino, acelerando a helenização do Egito.

Do Egito, o culto à deusa Ísis conquistou seu espaço, gradativamente, em Roma. No principio, Roma repeliu o culto, mas a religião acabou entrando na cidade durante o reinado de Calígula (37-41 d.C). Sua influência se expandiu pouco a pouco durante os dois séculos posteriores e, em alguns locais, a religião se tornou a principal do cristianismo. O sucesso do culto de Ísis no Império Romano é geralmente justificado por seus impressionantes rituais e pela esperança de imortalidade oferecida a seus seguidores.


Seu mito fundamental remete a Osíris, e nasceu durante o primeiro estagio, quando a religião não era ainda uma religião de mistério. De acordo com a versão mais comum do mito, Osíris foi assassinado por seu irmão, que afundou seu caixão no rio Nilo. Ísis descobriu o corpo e o devolveu ao Egito, mas seu cunhado conseguiu, uma vez mais, chegar até ele e o desmembrou em quartoze pedaços, que foram espalhados amplamente. Após uma longa procura, Ísis recuperou cada parte do corpo. É nesse ponto que as adições empregadas para descrever o que sucedeu são crucias. Às vezes, acrescenta-se que Osíris voltou à vida. Mas alguns escritores vão além e recorrem a uma suposta “ressurreição”. Um teólogo liberal ilustra a parcialidade que alguns escritores têm quando descrevem o mito pagão com roupagens cristãs: “O corpo morto de Osíris flutuou no rio e ele voltou à vida por intermédio de seu batismo realizado nas águas do Nilo” [1].

Essa invenção, fabricada a partir do mito original, sugestiona três analogia enganosas entre Osíris e Cristo: (1) Um deus salvador morre e (2) então experimenta uma ressurreição acompanhar por (3) um batismo em água. As comparações são exageradas porque nem toda versão do mito de Osíris narra seu retorno à vida. Em algumas, ele simplesmente se torna o rei morto do mundo invisível. Igualmente, é forçado a tentar achar um batismo análogo ao batismo cristão no mito egípcio [2]. O destino do caixão de Osíris no Nilo pode ser tão relevante para o batismo como o é a submersão de Atlântida, por exemplo.

Também é notável que durante a fase de mistério dessa religião, a deidade masculina foi substituída, ficando de lado o Osíris morto e entronizando Serápis, que era retratado como o deus do sol, que nada tinha a ver com o antigo marido da deusa. Obviamente, então, nem mesmo ele poderia ser um deus ressurrecto. Portanto, a versão egípcia da religião de mistério posterior a Ptolomeu I, que estava em circulação em aproximadamente 300 a.C., e que adentrou os primeiros séculos da Era cristã, em nada se assemelhava à morte de um deus salvador e ressurrecto, como Jesus Cristo.


O culto de Cibele e Átis (divindades frígias)


Cibele, também conhecida como a "grande Mãe", foi adorada por muito tempo no mundo grego. Ela surgiu, indubitavelmente, como deusa da natureza e fertilidade. Sua adoração inicial incluía cerimônias orgíacas nas quais frenéticos adoradores masculinos se entregavam à castração, a fim de se tornarem seus sacerdotes. Eventualmente, Cibele recebeu os predicados de "Mães de todos os deuses" e "amante de todas as vidas".

A maioria das informações sobre seu culto descreve práticas religiosas vigentes durante o período romano posterior à Igreja cristã primitiva. Os detalhes anteriores a essa data são pouquíssimos e quase todo documento original é relativamente tardio, uma vez que o inicio de seu culto remete a mais ou menos 200 a.C., enquanto, por outro lado, as fontes primarias são datadas muito depois da última escritura do cânon neotestamentário.

De acordo com o mito, Cibele amava um jovem pastor chamado Átis. Por ter sido ele infiel à deusa, Cibele lança em Átis uma maldição, transformando-o num demente. Átis, conduzido pela loucura, castra-se e morre. Esse fato leva Cibele a cultivar profundo luto e a introduzir a morte no mundo natural. No entanto, a deusa restabelece Átis à vida, elevando-o a uma espécie de semideus, evento que simultaneamente, devolve a vida ao mundo natural.

Outra narrativa semelhante nos conta que Cibele confia a Átis o cuidado de seu culto, sob a condição de ele não violar seu voto de castidade, mas o pastor esquece o juramento e desposa a ninfa Sangarida. Por conta disso, Cibele o puniu, matando a rival. Átis fica profundamente magoado e num acesso de delírio, mutila a si mesmo e planeja seu enforcamento, mas é interrompido por Cibele, que o transforma em um pinheiro (parágrafo do tradutor).

Atentando à primeira versão, as pressuposições dos interpretes desse mito tendem a determinar a narrativa que descreve o que se segue após a morte de Átis. Muitos escritores recorrem, negligentemente, à "ressurreição de Átis". Mas, seguramente, isso é um excesso. Não há, no mito, qualquer menção de algo que se assemelhe a uma ressurreição e que surgira que Cibele tenha preservado o corpo de Átis, tal qual este o possuía em sua existência humana. Em algumas versões do mito. Átis retorna à vida não na forma de homem, mas numa espécie de arvore eterna. Considerando que a idéia básica que está por baixo do mito era o ciclo da vegetação anual, qualquer semelhança com a ressurreição corporal de Cristo é cavalar.

A história nos conta que a encenação pública do mito de Átis se tornou um evento anual, no qual os adoradores acreditavam compartilhar de sua "imortalidade". Assim, em cada primavera, os seguidores de Cibele lamentavam a morte do semideus por meio de atos de jejum e flagelação.

Somente durante as celebrações romanas posteriores ao século 1 depois de Cristo (após 300 d.C.), esses festivais de primavera trouxeram alguma coisa remotamente semelhante a algo que se possa considerar uma "ressurreição". Nessas celebrações, um pinheiro, simbolizando Átis, era cortado e carregado pelos devotos, representando, ao mesmo tempo, seu cadáver e um santuário dedicado a Cibele.

Depois, a arvore era enterrada, enquanto os iniciados se entregavam a um frenesi que os levava a se cortar com facas. Na noite seguinte, a arvore era desenterrada e a "ressurreição" de Átis, celebrada. Essa "ressurreição", contudo, somente é registrada em literatura datada do século 4 depois de Cristo.

Outra questão que envolve esse mito é o taurobolium, "o sacrifício do touro", rito mais conhecido do culto da "Grande Mãe". Mas é importante assinalar que esse ritual não fazia parte do culto de Cibele em suas fases iniciais, integrando a religião apenas na metade do século 2 depois de Cristo. Durante essa outra cerimônia, os iniciados ficavam em pé ou deitados em uma cova, enquanto um touro era sacrificado em uma plataforma acima deles. Os devotos, então, tomavam um banho de sangue m orno do animal agonizante. Há quem alegue que o ritual do taurobolium tivesse sido uma fonte para o conceito cristão da purificação no sangue do cordeiro (Ap.7.14), ou aspersão no sangue de Jesus (1PE 1.2). Também é defendido que o taurobolium tenha sido a fonte empregada pelo apostolo Paulo para escrever o ensinamento que consta em Romanos 6.1-4, onde ele relaciona o batismo cristão à identificação do crente com a morte de Cristo e sua ressurreição. [3]

Contudo, nenhuma noção de morte e ressurreição fazia parte do taurobolium. A melhor evidência disponível exige que datemos o ritual, aproximadamente, cem anos depois que Paulo escreveu a epistola que endereçou aos romanos. Nenhum texto existente, apóia a reivindicação de que o taurobolium era uma comemoração da morte e ressurreição de Átis antes do século 1. O rito pagão não poderia ter sido, nem mesmo com probabilidade mínima, a fonte para o ensino paulino que consta em Romanos 6. Apenas perto do fim do século 4 depois de Cristo o ritual agrega a noção de renascimento. Vários estudiosos reconhecidos, inclusive, enxergam uma influência cristã no desenvolvimento desse rito, ficando claro, portanto, que o cristianismo poderia ter influenciado a construção do rito pagão e não o contrario. [4] Alem disso, como sabemos, o Novo Testamento ensina que o derramamento de sangue deveria ser interpretado no contexto em que se observava a Páscoa e os sacrifícios no templo no templo judaico, à época do Antigo Testamento, período bastante antecedente.]


O culto de mitra (divindade indo-iraniana)

Tentativas de reconstruir as crenças e praticas do mistraísmo geraram desafios enormes, por causa da escassa informação que sobreviveu aos tempos. Sabemos que entre os elementos do culto de Mitra está a explicação dos fenômenos do mundo por meio de dois princípios máximos e opostos, bom (descrito como luz) e o outro mau (descrito como trevas). Segundo a religião, os seres humanos tinham de escolher por qual lado lutariam, integrando-se ao conflito entre luz e as trevas. Mitra chegou a ser considerado o mediador mais poderoso no auxilio aos humanos contra o ataque das forças demoníacas. [5]

A razão principal pela qual afirmamos que mistraísmo não pode ter influenciado o cristianismo do século 1 é a cronologia: é completamente anacrônica! O florescimento do mistraísmo se deu após o fim do cânon doNovo Testamento, período em que já não podia ter influenciado qualquer elemento que nesse constasse. [6] Sabemos que os escritos neotestamentários não podem ser datados em nenhum momento que suceda ao período de 90 – 100 d.C e, mesmo assim, isso exige que façamos algumas suposições bastante generosas. Dificuldades cronológicas, então, fazem da possibilidade de uma influência do mistraísmo no cristianismo primitivo algo extremamente improvável. Certamente, não há evidências criveis para tal influência.


Paganismo de terminologia cristã.


Os acadêmicos que difundem um cristianismo primitivo como produto de influências das religiões de mistério, freqüentemente, empregam terminologia cristã para descrever crenças e praticas pagãs, e então se maravilham diante da “analogia perfeita” que pensam ter proporcionado. Alguns deles vão longe no intento de “legitimar” a dependência crista dos rituais pagãos e descrevem determinadas crenças de mistérios subvertendo os fatos por meio de uma terminologia cristã. J.Godwin faz isso em seu livro, Mystry Religions in the Anciet World (Religioes de mistério no mundo antigo), onde descreve o criobolium, uma versão econômica do taurobolium, modificação bastante comum à época vigente do culto, justificada pelo fato de que os touros eram animais caros e, por isso, preciosos, então, os iniciados o substituíam pelo cordeiro, cujo valor era menor. Godwin omite os fatos e afirma: “Assim, no criaobolium ocorria o batismo de sangue, ritual em que o iniciado era lavado com o sangue do cordeiro”. [7]

Os leitores mais desinformados poderiam ser atribuídos por essa semelhança notável com o cristianismo (v. Ap 7.14), mas um pouco de pesquisa é suficiente para desvendar a manipulação desonesta que visa depreciar a veracidade e originalidade dos preceitos cristãos.

Exageros e simplificações abundam nesse tipo de literatura. Os pesquisadores são ávidos em conjecturas semelhanças entre o batismo e a Ceia do Senhor, sacramentos análogos em certas religiões de mistérios. Tentativas de encontrar afinidades entre a ressurreição de Cristo e as alegadas “ressurreições” das deidades de mistério somam quantias volumosas que renderiam muito conteúdo para comentários.

No próximo artigo traremos a segunda e última parte desta matéria, trataremos um pouco mais sobre os sacramentos cristãos, os rituais pagãos e a ressurreição de Cristo, em contraste com os deuses das religiões de mistério, e finalizaremos com argumentos que contestam a influência que o cristianismo teria recebido dessas religiões.

Notas de referencia:

Klausner,Joseph. From Jesus to Paul (De Jesus a Paulo) Nova York: Macmillan, 1943, p.104.

2.Ver: Wagner, Gunter.Pauline Baptism and the pagan mysteries (O Batismo paulino e os miterios pagãos) Edimburgo: Oliver and Boyd, 1967, p260.

3.Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante?De modo nenhum! Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos? Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida. (Rm.6.1-4).

4.Nash,Ronald. The Gospel and the Greeks (O evangelho e os gregos). Texas: Probe books, 1992 ver capitulo

5.ibid.p,143-8.

6.V.Cumont, Franz. The Mysteries of Mithra (O mistério de mitra). Chicago: Open Fort, 1903 p.87.

7.Godwin, Joscelyn. Mystery Religions in the Ancient World (Religiões de mistério no mundo antigo) Nova York: Harper and Row. 1981 p.111.

Fonte: Defesa da Fé – ano 10 – número 81 / tradução do artigo: Elvis Brassaroto Aleixo.

MenteSanta

0 comentários:


Postar um comentário

Tecnologia do Blogger.