Jesus e a segurança do cristão, e o que você precisa saber.

Texto base:

Mas, com a voz do agradecimento, eu te oferecerei sacrifício; o que votei pagarei. Ao SENHOR pertence a salvação! Jonas 2.9

Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo. Mateus 24.13

Na vida cristã, o que importa, não é como começamos, e sim, como terminamos.

Andrezinho rupereta

Introdução:

No livro As Crônicas de Nárnia: Príncipe Caspian de C.S.Lewis e nítido o que Lewis quis mostrar, ele deixa claro neste livro, que todos podemos passar por problemas sérios, mas não devemos perder a nossa fé, e não devemos perder a esperança nas promessas que nos foram feitas, ele também deixa claro que não é com nossa força que poderemos vencer as forças do mal, e devemos tomar o máximo de cuidado para não abandonarmos (o cuidado para não apostatarmos) a nossa fé.

Já faz muito tempo uns quatrocentos anos, que os teólogos Calvinistas e Arminianos discutem sobre o quesito de nossa segurança, quanto ao aspecto da salvação, podemos perdê-la ou não, uma vez salvo sempre salvo ou podemos perder esta salvação, em última instância de quem depende a segurança da salvação. Em ambos os lados temos ensinos importantes, um lado ira defender a Soberania de Deus, e outro lado defenderá a responsabilidade do homem, o grande problema, destas questões, é quando não encontramos o devido equilíbrio entre estas proposições.

Um dos maiores teólogo pentecostal Myer Pearlman escreveu:

"a ênfase demasiada à soberania e a graça Deus na salvação pode conduzir a uma vida descuidada, porque se a pessoa é ensinada a crer que conduta e atitude nada têm haver com sua salvação, pode tornar-se negligente. Por outro lado, ênfase demasiada sobre a livre vontade e responsabilidade do homem, como reação contra o calvinismo, pode trazer as pessoas sob o julgo do legalismo e despojá-las de toda a confiança de sua salvação. Os dois extremos que devem ser evitados são: ilegalidade e o legalismo". Conhecendo as doutrinas da Bíblia.

Durante muito tempo os Arminianos são acusados de que seu sistema teológico não confirma a segurança do cristão, deixando a idéia de que, a qualquer momento ele pode perdê-la, isto simplesmente é distorção dos fatos, veja o que o próprio Arminius escreveu sobre este assunto:

"em nenhuma época eu afirmei que crentes finalmente se afastam ou caem da fé ou da salvação". Works of Arminius. (As obras de Arminius; Volume 1; pag. 741)

"Em relação à certeza de salvação, minha opinião é, que é possível ao que crê em Jesus Cristo estar seguro e persuadido (certeza fortemente estabelecida), se seu coração não condená-lo, ele está agora na realidade certo, que é um filho de Deus, e se encontra na graça de Jesus Cristo."

Works of Arminius. (As obras de Arminius; Volume 1; pag. 667).

Tendo estes princípios em mente, que o sistema teológico dos Arminianos não ensina que um cristão nascido de novo pode perder a salvação, devemos analisar o que o sistema teológico dos Arminianos, quer dizer como uma possível perda de salvação. Vejamos o que a bíblia nos ensina.

  1. Jesus é a nossa segurança.

A segurança do cristão não se encontra nele, ela se encontra na pessoa de Jesus, por meio de sua morte e ressurreição. Foi um sacrifício perfeito, feito por uma pessoa perfeita, em um único ato eterno. Através da morte de Jesus, foi feita uma aliança eterna
(MT. 26.26-28; Hb. 13.20-21; 1jo. 5.11 -13).
Esta aliança firmada na eternidade é a aliança da graça que Deus disponibilizou a todos os povos e nações, fazendo com que todos, os que creram, no sacrifício feito por Jesus naquela cruz, se tornem seus filhos e seus sacerdotes reais (Jo. 1.12, 1PE. 2.9).

Deus nos assegura plena segurança de salvação, podemos afirmar que somos salvos e não somos capazes de perder esta salvação. A segurança de nossa salvação é o sacrifício que foi uma vez oferecido, e consumado, a obra foi completa, nada podemos fazer para acrescentar ou diminuir o poder desta salvação. (João 6.35-40)

Então Jesus declarou: "Eu sou o pão da vida. Aquele que vem a mim nunca terá fome; aquele que crê em mim nunca terá sede. Mas, como eu lhes disse vocês me viram, mas ainda não crêem. Todo o que o Pai me der virá a mim, e quem vier a mim eu jamais rejeitarei. Pois desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas para fazer a vontade daquele que me enviou. E esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não perca nenhum dos que ele me deu, mas ressuscite no último dia. Porque a vontade de meu Pai é que todo o que olhar para o Filho e nele crer tenha a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia"

Esta é a promessa, não seremos rejeitamos; não nos perderemos; Jesus é capaz de nos guardar, Ele não nos lançará fora. Trazemos em nós o selo de garantia e domínio vejamos o que Paulo nos ensina a este respeito:

"... em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa" Efésios 1.13

O comentarista Willian Hendriksen nos ensina que o selo nestes textos de Paulo tinha três funções 1-garantir autenticidade, possessão (posse de algo) e proteção. A idéia principal contida neste texto é a que o selo traz garantia de salvação. A segurança da salvação esta garantida pela marca da promessa dita por Jesus, o Espírito Santo é a pessoa, que garante a certeza de nossa salvação, não é uma responsabilidade nossa, Ele começa em Deus e termina com Ele, somos participantes e cooperadores desta real transformação gerada em nosso coração, Deus disponibiliza todos os meios para desenvolvermos esta salvação, mas a capacidade ou poder, sempre começa em Deus, nunca em nós, não somos capazes de gerar a vida de Cristo em nós.

Podemos observar esta idéia no texto de Paulo aos Filipenses vejamos:

Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei ( katergazomai = a idéia contida nesta palavra usada por Paulo é trabalhar até o termino do serviço) a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é quem efetua ( energeo= trabalhar efetiva e produtivamente, dar poder e energizar. A palavra descreve a energia e poder eficazes do próprio Deus em ação; Chave Lingüística do N.T Grego) em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade. Filipenses 2.12-13.

Paulo mostra claramente que uma pessoa salva desenvolve sua salvação, o desenvolver a salvação é a realidade da transformação gerada através do novo nascimento, isto é o poder (Gr. Energeo) de Deus.

Frank M.Boyd teólogo pentecostal escreve:

Esta passagem ("desenvolvei a vossa "salvação"") não ensina em absoluto, uma salvação pelas obras. O versículo seguinte o esclarece muito bem: "Porque é Deus quem efetua em vós tanto o querer como o realizar..." O sentido do texto como um todo "constitui um apelo aos homens justificados a diligentemente zelarem pelo progresso de sua santificação, a qual se consumará brevemente na "glória a ser revelada"". A consumação de nossa salvação, pois, está em nossa dependência de Deus (v.13), mas como Ele habita em nosso interior devemos agir com "temor e tremor" (v.12). O apostolo, com isso, ressalta que devemos ter permanentemente o cuidado de não ofender a Deus, buscando em tudo fazer o que é reto – uma forma de confirmar (não de obter) a nossa salvação. Comentário Bíblico Ed. CPAD

  1. Perseverando na fé.

Aquele, porém, que perseverar ( hupomeno) até o fim, esse será salvo. Mateus 24.13

Neste texto podemos notar pelo contexto que em meio às tribulações que virão (Guerras, falsos Cristos, fome, terremotos, ódio contra os cristãos, escândalos, traição, falsos profetas, iniqüidade em alta, amor em baixa) diante de tudo isto devemos estar firmes. No livro de Mateus esta expressão, "aquele, porém, que perseverar até o fim", também e repetida em (MT. 10.22; v.tb Mc.13.13), a idéia central do que Jesus nos quer transmitir é fique firme.

No Antigo Testamento a palavra hebraica usada é (qzx chazaq) ela transmite a idéia de fortalecer, prevalecer, endurecer, ser forte, tornar-se forte, ser corajoso, ser firme, ficar firme, ser resoluto, ser persistente. Dic.Strong

Vejamos alguns exemplos:

Deuteronômio 31.6 Sede fortes (qzx chazaq) e corajosos, não temais, nem vos atemorizeis diante deles, porque o SENHOR, vosso Deus, é quem vai convosco; não vos deixará, nem vos desamparará.


Êxodo 9.35 E assim Faraó, de coração endurecido (qzx chazaq), não deixou ir os filhos de Israel, como o SENHOR tinha dito a Moisés.


1 Crônicas 28.6-7 E me disse: Teu filho Salomão é quem edificará a minha casa e os meus átrios, porque o escolhi para filho e eu lhe serei por pai.Estabelecerei o seu reino para sempre, se perseverar ele(qzx chazaq) em cumprir os meus mandamentos e os meus juízos, como até ao dia de hoje.

No Novo Testamento a palavra usada é (hupomeno) ela transmite a idéia de 1) ficar 1a) retardar 2) ficar, i.e., permanecer, não retirar-se ou fugir 2a) preservar: sob desgraças e provações, manter-se firme na fé em Cristo 2b) sofrer, agüentar bravamente e calmamente: maltratos.Dic.Strong

Vejamos alguns exemplos:

Romanos 12.12 regozijai-vos na esperança, sede pacientes
(
hupomeno) na tribulação, na oração, perseverantes;

1 Coríntios 13.7 (O Amor) tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta
(
 hupomeno).

2 Timóteo 2.10 Por esta razão, tudo suporto
(
hupomeno) por causa dos eleitos, para que também eles obtenham a salvação que está em Cristo Jesus, com eterna glória.

2 Timóteo 2.12 se perseveramos
(
hupomeno), também com ele reinaremos; se o negamos, ele, por sua vez, nos negará;

Fica claro que tanto no Antigo Testamento como no Novo Testamento, a idéia central é a de termos uma firme convicção. A nossa fé (confiança) na verdade revelada no evangelho, nos faz perseverar em tempos de crise e tribulações, o exemplo disto são nossos irmãos que vivem nas igrejas perseguidas.

Neste processo de perseverança o grande problema é quando confundimos o processo de Santificação com processo de Salvação, alguns cristãos se encontram em plena agonia, por causa dos seus pecados corriqueiros, confundindo estes processos. A diferença destas duas premissas esta em que a salvação é um ato definitivo (eterno), e santificação é um processo continuo (aqui, e agora), da realidade existente em nós, isto não quer dizer que seremos perfeitos nesta vida, mas a salvação indica o caminho de nossa perfeição nesta vida (1jo. 3.9; Rm. 6.10 – 13). Por que fomos salvos existem mudanças significativas em nossa vida.

Devemos perseverar na vontade revelada por Deus em sua palavra, um exemplo clássico disto é o momento de oração de Jesus no Getsêmani em busca da vontade do Pai (Mt. 26.36-45) ,muitas vezes a vontade de Deus nos custa, a vida, o emprego, o vexame, a humilhação, a dor, um relacionamento, não foi diferente com o filho de Deus, a vontade de Deus custou a sua vida, e Ele se entregou a vontade do pai a ponto de morrer por ela.

Perseverar é dizer, eu continuo firme, crendo em Ti, independente da minha atual condição.

Podemos observar alguns exemplos clássicos de pessoas que perseveraram:

Policarpo foi um exemplo clássico na historia da igreja, ao ser preso e apresentado diante de Herodes foi lhe pedido para que "renegai a Cristo" em troca será liberto, ele com paciência disse:

- Tenho-o servido durante oitenta e sete anos, e nunca Ele me fez mal. Como posso eu agora blasfemar contra meu rei e Salvador... Se julgais que hei de jurar pela alma de Cesar como dizeis e fingis não saber quem eu sou, ouvi minha confissão livre "sou cristão, e se deseja conhecer a doutrina do cristianismo, concedei-me um dia para falar-vos e escutai-me. Policarpo foi condenado a morte. Levado para a arena romana, para divertir o povo e ali ser morto.

O que poderíamos dizer de Atanásio aquele que lutou contra Ário e a sua heresia de que o Pai e o Filho são um, heresia esta que dizia ser Jesus um ser criado, fazendo de Jesus mais uma criatura de Deus. Atanásio foi exilado cinco vezes, foi dito que, em um determino tempo de sua luta pela verdade, parecia que Atanásio luta contra o mundo, lutou perseverou e venceu aquela tremenda heresia, heresia esta que hoje grupos como as Testemunhas de Jeová abraçam. Independente de sua situação Atanásio lutou bravamente pela verdade ainda que nesta luta muitas vezes, se sentisse sozinho.

O que dizer de Martinho Lutero e sua luta contra o sistema herético em que se encontrava a igreja de sua época. Quando foi convocado para se retratar ele disse:

"Visto que vossa majestade e vós poderosos senhores me exigem uma resposta clara, simples e precisa, dar-vo-la-ei , e essa resposta e a seguinte; Não posso submeter a minha fé nem ao papa nem aos concílios, porque é claro como o dia que eles muitas vezes tem caído em erro, até na mais palpáveis contradições, com eles próprios. Se portanto, não me convencerdes pelo testemunho das escrituras , se não me persuadirdes pelos próprios textos citados, libertando assim minha consciência por meio da Palavra de Deus, eu não posso nem quero retrater-me, porque não é seguro para um cristão falar contra sua própria consciência, não posso proceder de outro modo ... Deus me ajude".

O que dizer dos Mártires de Guanabara, os calvinistas que por causa de sua fé foram condenados a morte, sendo este segundo os relatos históricos os primeiros mártires em solo brasileiro, eles deixaram antes de sua morte um legado para a comunidade cristã que hoje é conhecida como a Confissão de Guanabara, ela é a primeira confissão das Américas, confissão esta escrita antes de serem executados.

O que dizer do assassinato de Rachel Scott conhecido como o Massacre Columbine que foi baleada enquanto almoçava com seu amigo, Richard Castaldo, em um gramado perto da entrada oeste da escola. Ela foi morta por tiros na cabeça, tórax, braço, e perna. As primeiras noticias disseram que um dos atiradores depois de ter atirado na perna de Rachel, perguntou: "Você ainda acredita em Deus?" ela simplesmente respondeu "Você sabe que eu acredito" provocando um tiro fatal a queima roupa na cabeça"

  1. A possibilidade de uma apostasia (abandono da fé).

Alguns textos que nos alertam sobre uma possível apostasia (MT. 24.21-13 O amor esfriaria;) (Lc. 9.62; Lc. 17.32; Olharam para trás;) (Jo. 15.6 se não permanecer nele será cortado; Rm. 11.17 -21; 1CO. 9.27) (1TM. 1.19 Naufragaram na fé;) (1TM 4.1 se o negarmos ele também nos negará). A palavra grega apostasia provém de aphistêmi (partir; ir embora) e transmite o conceito de modificar a posição em que a pessoa está de pé. Extraído de Teologia Sistemática - Uma Perspectiva Pentecostal.

Você sabia que:

A pesquisa com o título 'Uma questão de valor versus custo', mostrou que 58¨% dos jovens cristãos se afastaram da igreja ao ingressar na faculdade, evidenciou o despreparo que muitos deles têm para enfrentar os conflitos da vida acadêmica. "Não podemos pensar em preparar o jovem cristão apenas para resistir à universidade, porque um dia ela terminará, mas prepará-lo para a vida cristã, familiar, profissional e pessoal. O pesquisador se aprofundou no estudo, lembrou ainda que apesar da distância geográfica o comportamento e questionamento são comuns nos dois países. Seminário Palavra da Vida – Atibaia.

Um estudo realizado entre março de 2003 e dezembro de 2004 sobre o perfil das detentas da Penitenciária Feminina da Capital (São Paulo-SP) mostrou a religiosidade dessas mulheres antes do aprisionamento. Os pesquisadores Paulo Augusto Costivelli e Paulo Dalgalarrondo, da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas, aplicaram questionários com dados sociodemográficos, culturais, itens sobre saúde mental e perfil criminal e notaram que, das 358 mulheres que participaram da pesquisa, 257 (72%) tinham práticas religiosas antes de serem presas. Destas, 151 (42%) já eram evangélicas e 94 (26%) tinham outras religiões. Um terço delas tinha freqüência assídua a cultos e 49,2% das entrevistadas declararam que suas famílias são evangélicas.

ESTIMATIVA: 40 MILHÕES DE DESVIADOS EVANGÉLICOS NO BRASIL SEGUNDO PESQUISA DO IBGE ESSE NÚMERO ALARMANTE NOS LEVA A REVER NOSSOS PROPÓSITOS COMO IGREJA DO SENHOR JESUS. QUEM ESTÁ ERRADO? QUEM DEVERIA FAZER ALGUMA COISA? QUEM É O CULPADO? ESSAS E OUTRAS TANTAS QUESTÕES DE NADA ADIANTARÁ RESPOSTAS, SE O POVO DE DEUS NÃO SE CONVENCER DE QUE PRECISA VIVER O CRISTIANISMO DE FORMA CORRETA, OU SEJA, VIVER NA OBEDIÊNCIA À PALAVRA DE DEUS, LEVANDO A SÉRIO O COMPROMISSO TOTAL COM O REINO DO SENHOR.

Diante de tudo isto, podemos observar que a escritura nos avisa sobre uma possível apostasia ou uma rebelião contra Deus, os avisos registrados nas escrituras não somente uma hipótese. Deus não brincaria com algo tão serio permita-me lhe mostra uma pequena analogia:

"Vamos imaginar que estamos dirigindo nosso carro pela estrada, à noite. Em diferentes trechos passamos por sinais de advertência: Curva fechada! Ponte caída! Deslizamento! Estrada estreita e sinuosa! Declive forte! Obras na estrada! E nenhum destes perigos acaba surgindo. Iremos pensar que foi uma brincadeira de mau gosto, ou algum louco colocou aqueles sinais. De que maneira seriam advertências, se não correspondem à realidade?".Pequena analogia extraída da Teologia Sistemática – Uma Perspectiva Pentecostal -CPAD.

As escrituras não falham, devemos tomar o máximo de cuidado, lembre-se do conselho de Paulo "combati o bom combate, guardei a fé", "guarda o bom deposito"
(2TM 1.14; 2TM 4.7), não existe espaço para a dúvida ou você crê ou esta fora, pois a escritura afirma "sem fé é impossível agrada a Deus..."; "tudo o que não provém de fé é pecado"(Hb. 11.6; Rm. 14.23); "andamos por fé e não pelo que vemos"
(2CO. 5.7), ser cristão e algo sobrenatural, quando nos falta à fé de nada vale nossa caminhada.

Podemos observar que no caminhar da vida cristã muitos foram alvejados e desistiram não só desistiram como também se colocaram contra Cristo podemos observar, por exemplo, Antony Flew filho de um grande pastor britânico ensinado nos princípios cristãos, ele é um dos maiores filósofos ateus de nosso século seus livros contra a teologia cristã são um ferrenho ataque contra a fé cristã. O que podemos dizer de Bart Ehrman veja o que ele mesmo diz em um debate "Eu acreditava absolutamente em tudo o que Bill apresentou aqui. Ele e eu freqüentamos a mesma escola cristã evangélica, Wheaton, onde estas questões são ensinadas. Antes disso eu freqüentei uma escola ainda mais conservadora, o Moody Bible Institute, onde "Bíblia" é nosso nome do meio. Lá aprendemos estas coisas ainda mais avidamente. Eu acreditava nelas com todo meu coração e alma. Preguei sobre estas conclusões e tentei convencer outras pessoas que elas eram verdadeiras... Após anos de estudo, eu finalmente cheguei à conclusão de que tudo no qual eu pensava anteriormente sobre a evidência histórica para a ressurreição estava absolutamente errado".

Extraído do debate: EXISTEM EVIDÊNCIAS HISTÓRICAS PARA A RESSURREIÇÃO DE JESUS?
http://www.apologia.com.br/?cat=10.

Hoje o Dr. Barth Ehrman é um dos maiores combatentes contra a ressurreição de Cristo.

O que diríamos dos pastores gays e lésbicas, dentro da Igreja Anglicana Americana, os maiores ataques que a igreja receberá não virá de fora, virá de seus púlpitos onde pastores e teólogos apostatas, tentarão desviar da verdade o maior numero possível de ouvintes "Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé... tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge também destes"(1TM. 4.1-5; 2TM.3.1-5).

Existem pastores na Europa que iá não crê nas escrituras como palavra de Deus, existem teólogos que não acreditam que Adão e Eva são personagens reais e sim simplesmente um mito. Hoje para alguns pastores cada membro virou simplesmente uma fonte de lucro, exemplo disto é a teologia da prosperidade ensinada em vários púlpitos.

O apóstolo Pedro inspirado pelo espírito santo registrou nas escrituras que "Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras, até ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição. E muitos seguirão as suas práticas libertinas, e, por causa deles, será infamado o caminho da verdade; também, movidos por avareza, farão comércio de vós, com palavras fictícias; para eles o juízo lavrado há longo tempo não tarda, e a sua destruição não dorme". 2pe. 2.1-3

Nossa geração passa pela mesma crise que passou a geração que seguiam a Jesus, eles desejavam o pão (aquilo que era material), mas não o que Jesus poderia fazer por eles (a vida eterna). Eles não desejavam Jesus. Muitos discípulos se escandalizaram com as referências feitas por Jesus como a única fonte de salvação, muitos que andavam com Ele, o abandonaram. (Jo. 6.24-66).

Os nossos tempos, são tempos difíceis, devemos ter como máxima indiscutível autoridade os escritos registrados nas escrituras, pois eles são o fôlego de Deus, a vida de Deus para nós "as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida... Toda a Escritura é inspirada por Deus (Jo.6.63; 2TM. 3.16) que nossa declaração seja com a de Pedro - Então, perguntou Jesus aos doze: Porventura, quereis também vós outros retirar-vos? Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna; e nós temos crido e conhecido que tu és o Santo de Deus. (Jo.6.67-68).

Conclusão:

Com o existente perigo de apostatarmos fiquemos com o conselho que o escritor aos Hebreus nos deixou:

Porque, se vivermos deliberadamente em pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados pelo contrário, certa expectação horrível de juízo e fogo vingador prestes a consumir os adversários. Sem misericórdia morre pelo depoimento de duas ou três testemunhas quem tiver rejeitado a lei de Moisés.

De quanto mais severo castigo julgais vós será considerado digno aquele que calcou aos pés o Filho de Deus, e profanou o sangue da aliança com o qual foi santificado, e ultrajou o Espírito da graça? Ora, nós conhecemos aquele que disse: A mim pertence à vingança; eu retribuirei. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo. Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo...

Não abandoneis, portanto, a vossa confiança; ela tem grande galardão... Com efeito, tendes necessidade de perseverança, para que, havendo feito a vontade de Deus, alcanceis a promessa. Porque, ainda dentro de pouco tempo, aquele que vem virá e não tardará; todavia, o meu justo viverá pela fé; e: Se retroceder, nele não se compraz a minha alma. Não abandoneis, portanto, a vossa confiança; ela tem grande galardão. Hebreus 10.26-31; 36-39.


Persevere na vontade revelado por Deus em sua escritura, os tempos são difíceis mas Aquele que fez as promessas não tardará em breve ele virá e nos arrebatara para com Ele vivermos por toda a eternidade, que Ele encontre em você um amor perseverante.

Pois por Ele e para Ele são todas as coisas glória a Ele eternamente, amém.


Sermão na Igreja Assembleia de Deus de Cidade Náutica - pregado dia 27-06-10 culto matinal, fechamento do trimestre da Escola Dominical .

Deus os abençoe foi uma manhã maravilhosa ...

MenteSanta












O Novo Testamento foi influenciado pelas religiões pagãs?
Uma exposição das narrativas das religiões de mistério.


O que foram a religiões de mistério?

Diferente do judaísmo e do cristianismo, as religiões de mistério foram mais influentes nos séculos que precedem o advento de Cristo. A razão de esses grupos ficarem conhecidos como “religiões de mistérios” encontra resposta em suas cerimônias secretas, somente conhecidas por aqueles que se iniciavam em tais religiões.Esses cultos não representavam, obviamente, as únicas manifestações do espírito religioso no Império Romano oriental.

As pessoas daquela época também podiam optar por cultos públicos que não requeriam qualquer cerimônia de iniciação que envolvesse crenças e práticas secretas. A religião olímpica grega e sua contraparte romana são exemplos desse tipo de culto menos místico.

Cada região mediterrânea produziu sua própria religião de mistério. Fora da Grécia, surgiram os cultos (que se desenvolveram posteriormente) tributados a Demeter e Dionísio, assim como a Orfeu.A Ásia Menor concebeu o culto a Cibele, a “Grande Mãe”, e ao seu amado, um pastor chamado Átis. O culto às deusas Isis e Osíris originou-se no Egito, enquanto na Síria e a Palestina viram a elevação do culto a Adonis. Finalmente, a Pérsia (atual Irã) foi o principal local para o culto de Mitra, que, devido ao seu uso habitual da imagem de guerra, proporcionou uma atração especial aos soldados romanos. As religiões de mistérios gregas mais antigas foram religiões estatais, na medida em que atingiram o estado de um culto público ou civil serviram a uma função nacional ou pública. As religiões de mistério posteriores, não-gregas, eram pessoais, privadas e individualistas.

Características básicas.

Apesar da tendência eclética assumida após o ano 300 d.C., cada uma das religiões de mistério estava separada e era distinta das demais durante o século que viu o nascimento da Igreja Cristã. Todas elas assumiram formas diferentes em contextos culturais distintos e sofreram mudanças significativas, especialmente depois do século 1 da Era cristã. Não obstante, é possível apontar cinco características comuns entre elas:

1- O cerne de cada religião era o emprego de um ciclo anual de vegetação, no qual a vida era renovada a cada primavera e terminava a cada outono. Os seguidores dos cultos de mistérios imprimiram significações simbólicas complexas nos processos naturais de crescimento, morte, decadência e renascimento.

2- Faziam uso de cerimônias secretas, freqüentemente relacionadas a um rito de iniciação. Todas elas compartilhavam um “segredo” ao iniciado, que consistia basicamente em informações sobre vida do deus ou deusa cultuado e como os humanos poderiam alcançar a unidade com aquela deidade. Esse “conhecimento” era sempre um conhecimento secreto, inacessível a qualquer pessoa fora do circulo do grupo.

3- Centravam o culto ao redor de um mito, na qual a deidade tinha como característica principal, o retorno da morte à vida ou o triunfo sobre os inimigos do grupo. Era implícito nos mitos o tema da redenção, mas sob o aspecto terrestre e temporal. O significado secreto do culto e de seu mito era expresso por meio de uma “tragédia sacramental”, o que aguçava os sentimentos e as emoções dos iniciados. O êxtase religioso os levara a pensar estavam experimentando o começo de uma nova vida.

4- Atribuíram pequena ou nenhuma atenção às doutrinas e à reivindicação de possuírem uma crença correta e verdadeira. Estavam, principalmente, preocupadas com a vida emocional de seus seguidores. Os cultos aconteciam de muitas maneiras, sempre com o intuito de afetar as emoções e as imaginações dos iniciados: procissões, jejuns, dramaturgias, atos de purificação, luzes resplandecentes e liturgias esotéricas. A ausência de qualquer ênfase doutrinária marca uma diferença importante entre tais religiões e o cristianismo. A fé cristã era (e continua sendo) exclusivista, no sentindo em que reconhece apenas um caminho legitimo para Deus e a salvação: Jesus Cristo. Por outro lado, as religiões de mistérios eram ecumênicas e nada impedia o devoto de um culto de seguir outros mistérios.


Reconstruindo as religiões de mistérios.


Antes 100 d.C., as religiões de mistério ainda estavam limitadas, em grande parte, a localidades especificas e constituíam um fenômeno relativamente moderno. Depois do século 1, começaram a atingir uma influência popular que foi difundida, gradualmente, no período do Império Romano. Além disso, sofreram mudanças relevantes na medida em que algumas religiões absorviam elementos das outras. Como esse ecletismo cresceu agressivamente, emergiam novas e estranhas combinações de práticas e rituais. As religiões reduziram as características mais censuráveis de suas práticas antigas e com isso, começaram a atrair maior número de seguidores.

As fontes utilizadas por muitos escritores que se lançam no desafio para reconstruir as religiões de mistérios são tardias, datadas depois do ano 300 d.C., por isso suas informações são frutos de pelo menos duzentos anos após a produção do último livro escrito e que integrou o cânon do Novo Testamento – o evangelho de João. Logo, a pergunta crucial não deve tratar acerca de uma possível influência das religiões de mistério nos segmentos cristãos depois 300 d.C., mas que efeito elas tiveram no século 1, momento em que o cânon estava escrito.



O culto de Ísis e Osíris (divindades egípcias)



O culto à deusa Ísis se originou no Egito e passou por duas faces principais. Em sua versão egípcia mais antiga, quando não era uma religião de mistério, Ísis foi considerada a deusa do céu, da terra, do mar e do mundo subterrâneo invisível. Nessa fase remota, Ísis teve um marido chamado Osíris. O culto de Ísis só se tornou uma religião de mistério depois que Ptolomeu I introduziu mudanças importantes, em meados de 300 d.C. Na fase posterior, um novo deus, chamado Serápis, tornou-se seu novo cônjuge. Ptolomeu I introduziu mudanças a fim de sintetizar as crenças egípcias e gregas em seu reino, acelerando a helenização do Egito.

Do Egito, o culto à deusa Ísis conquistou seu espaço, gradativamente, em Roma. No principio, Roma repeliu o culto, mas a religião acabou entrando na cidade durante o reinado de Calígula (37-41 d.C). Sua influência se expandiu pouco a pouco durante os dois séculos posteriores e, em alguns locais, a religião se tornou a principal do cristianismo. O sucesso do culto de Ísis no Império Romano é geralmente justificado por seus impressionantes rituais e pela esperança de imortalidade oferecida a seus seguidores.


Seu mito fundamental remete a Osíris, e nasceu durante o primeiro estagio, quando a religião não era ainda uma religião de mistério. De acordo com a versão mais comum do mito, Osíris foi assassinado por seu irmão, que afundou seu caixão no rio Nilo. Ísis descobriu o corpo e o devolveu ao Egito, mas seu cunhado conseguiu, uma vez mais, chegar até ele e o desmembrou em quartoze pedaços, que foram espalhados amplamente. Após uma longa procura, Ísis recuperou cada parte do corpo. É nesse ponto que as adições empregadas para descrever o que sucedeu são crucias. Às vezes, acrescenta-se que Osíris voltou à vida. Mas alguns escritores vão além e recorrem a uma suposta “ressurreição”. Um teólogo liberal ilustra a parcialidade que alguns escritores têm quando descrevem o mito pagão com roupagens cristãs: “O corpo morto de Osíris flutuou no rio e ele voltou à vida por intermédio de seu batismo realizado nas águas do Nilo” [1].

Essa invenção, fabricada a partir do mito original, sugestiona três analogia enganosas entre Osíris e Cristo: (1) Um deus salvador morre e (2) então experimenta uma ressurreição acompanhar por (3) um batismo em água. As comparações são exageradas porque nem toda versão do mito de Osíris narra seu retorno à vida. Em algumas, ele simplesmente se torna o rei morto do mundo invisível. Igualmente, é forçado a tentar achar um batismo análogo ao batismo cristão no mito egípcio [2]. O destino do caixão de Osíris no Nilo pode ser tão relevante para o batismo como o é a submersão de Atlântida, por exemplo.

Também é notável que durante a fase de mistério dessa religião, a deidade masculina foi substituída, ficando de lado o Osíris morto e entronizando Serápis, que era retratado como o deus do sol, que nada tinha a ver com o antigo marido da deusa. Obviamente, então, nem mesmo ele poderia ser um deus ressurrecto. Portanto, a versão egípcia da religião de mistério posterior a Ptolomeu I, que estava em circulação em aproximadamente 300 a.C., e que adentrou os primeiros séculos da Era cristã, em nada se assemelhava à morte de um deus salvador e ressurrecto, como Jesus Cristo.


O culto de Cibele e Átis (divindades frígias)


Cibele, também conhecida como a "grande Mãe", foi adorada por muito tempo no mundo grego. Ela surgiu, indubitavelmente, como deusa da natureza e fertilidade. Sua adoração inicial incluía cerimônias orgíacas nas quais frenéticos adoradores masculinos se entregavam à castração, a fim de se tornarem seus sacerdotes. Eventualmente, Cibele recebeu os predicados de "Mães de todos os deuses" e "amante de todas as vidas".

A maioria das informações sobre seu culto descreve práticas religiosas vigentes durante o período romano posterior à Igreja cristã primitiva. Os detalhes anteriores a essa data são pouquíssimos e quase todo documento original é relativamente tardio, uma vez que o inicio de seu culto remete a mais ou menos 200 a.C., enquanto, por outro lado, as fontes primarias são datadas muito depois da última escritura do cânon neotestamentário.

De acordo com o mito, Cibele amava um jovem pastor chamado Átis. Por ter sido ele infiel à deusa, Cibele lança em Átis uma maldição, transformando-o num demente. Átis, conduzido pela loucura, castra-se e morre. Esse fato leva Cibele a cultivar profundo luto e a introduzir a morte no mundo natural. No entanto, a deusa restabelece Átis à vida, elevando-o a uma espécie de semideus, evento que simultaneamente, devolve a vida ao mundo natural.

Outra narrativa semelhante nos conta que Cibele confia a Átis o cuidado de seu culto, sob a condição de ele não violar seu voto de castidade, mas o pastor esquece o juramento e desposa a ninfa Sangarida. Por conta disso, Cibele o puniu, matando a rival. Átis fica profundamente magoado e num acesso de delírio, mutila a si mesmo e planeja seu enforcamento, mas é interrompido por Cibele, que o transforma em um pinheiro (parágrafo do tradutor).

Atentando à primeira versão, as pressuposições dos interpretes desse mito tendem a determinar a narrativa que descreve o que se segue após a morte de Átis. Muitos escritores recorrem, negligentemente, à "ressurreição de Átis". Mas, seguramente, isso é um excesso. Não há, no mito, qualquer menção de algo que se assemelhe a uma ressurreição e que surgira que Cibele tenha preservado o corpo de Átis, tal qual este o possuía em sua existência humana. Em algumas versões do mito. Átis retorna à vida não na forma de homem, mas numa espécie de arvore eterna. Considerando que a idéia básica que está por baixo do mito era o ciclo da vegetação anual, qualquer semelhança com a ressurreição corporal de Cristo é cavalar.

A história nos conta que a encenação pública do mito de Átis se tornou um evento anual, no qual os adoradores acreditavam compartilhar de sua "imortalidade". Assim, em cada primavera, os seguidores de Cibele lamentavam a morte do semideus por meio de atos de jejum e flagelação.

Somente durante as celebrações romanas posteriores ao século 1 depois de Cristo (após 300 d.C.), esses festivais de primavera trouxeram alguma coisa remotamente semelhante a algo que se possa considerar uma "ressurreição". Nessas celebrações, um pinheiro, simbolizando Átis, era cortado e carregado pelos devotos, representando, ao mesmo tempo, seu cadáver e um santuário dedicado a Cibele.

Depois, a arvore era enterrada, enquanto os iniciados se entregavam a um frenesi que os levava a se cortar com facas. Na noite seguinte, a arvore era desenterrada e a "ressurreição" de Átis, celebrada. Essa "ressurreição", contudo, somente é registrada em literatura datada do século 4 depois de Cristo.

Outra questão que envolve esse mito é o taurobolium, "o sacrifício do touro", rito mais conhecido do culto da "Grande Mãe". Mas é importante assinalar que esse ritual não fazia parte do culto de Cibele em suas fases iniciais, integrando a religião apenas na metade do século 2 depois de Cristo. Durante essa outra cerimônia, os iniciados ficavam em pé ou deitados em uma cova, enquanto um touro era sacrificado em uma plataforma acima deles. Os devotos, então, tomavam um banho de sangue m orno do animal agonizante. Há quem alegue que o ritual do taurobolium tivesse sido uma fonte para o conceito cristão da purificação no sangue do cordeiro (Ap.7.14), ou aspersão no sangue de Jesus (1PE 1.2). Também é defendido que o taurobolium tenha sido a fonte empregada pelo apostolo Paulo para escrever o ensinamento que consta em Romanos 6.1-4, onde ele relaciona o batismo cristão à identificação do crente com a morte de Cristo e sua ressurreição. [3]

Contudo, nenhuma noção de morte e ressurreição fazia parte do taurobolium. A melhor evidência disponível exige que datemos o ritual, aproximadamente, cem anos depois que Paulo escreveu a epistola que endereçou aos romanos. Nenhum texto existente, apóia a reivindicação de que o taurobolium era uma comemoração da morte e ressurreição de Átis antes do século 1. O rito pagão não poderia ter sido, nem mesmo com probabilidade mínima, a fonte para o ensino paulino que consta em Romanos 6. Apenas perto do fim do século 4 depois de Cristo o ritual agrega a noção de renascimento. Vários estudiosos reconhecidos, inclusive, enxergam uma influência cristã no desenvolvimento desse rito, ficando claro, portanto, que o cristianismo poderia ter influenciado a construção do rito pagão e não o contrario. [4] Alem disso, como sabemos, o Novo Testamento ensina que o derramamento de sangue deveria ser interpretado no contexto em que se observava a Páscoa e os sacrifícios no templo no templo judaico, à época do Antigo Testamento, período bastante antecedente.]


O culto de mitra (divindade indo-iraniana)

Tentativas de reconstruir as crenças e praticas do mistraísmo geraram desafios enormes, por causa da escassa informação que sobreviveu aos tempos. Sabemos que entre os elementos do culto de Mitra está a explicação dos fenômenos do mundo por meio de dois princípios máximos e opostos, bom (descrito como luz) e o outro mau (descrito como trevas). Segundo a religião, os seres humanos tinham de escolher por qual lado lutariam, integrando-se ao conflito entre luz e as trevas. Mitra chegou a ser considerado o mediador mais poderoso no auxilio aos humanos contra o ataque das forças demoníacas. [5]

A razão principal pela qual afirmamos que mistraísmo não pode ter influenciado o cristianismo do século 1 é a cronologia: é completamente anacrônica! O florescimento do mistraísmo se deu após o fim do cânon doNovo Testamento, período em que já não podia ter influenciado qualquer elemento que nesse constasse. [6] Sabemos que os escritos neotestamentários não podem ser datados em nenhum momento que suceda ao período de 90 – 100 d.C e, mesmo assim, isso exige que façamos algumas suposições bastante generosas. Dificuldades cronológicas, então, fazem da possibilidade de uma influência do mistraísmo no cristianismo primitivo algo extremamente improvável. Certamente, não há evidências criveis para tal influência.


Paganismo de terminologia cristã.


Os acadêmicos que difundem um cristianismo primitivo como produto de influências das religiões de mistério, freqüentemente, empregam terminologia cristã para descrever crenças e praticas pagãs, e então se maravilham diante da “analogia perfeita” que pensam ter proporcionado. Alguns deles vão longe no intento de “legitimar” a dependência crista dos rituais pagãos e descrevem determinadas crenças de mistérios subvertendo os fatos por meio de uma terminologia cristã. J.Godwin faz isso em seu livro, Mystry Religions in the Anciet World (Religioes de mistério no mundo antigo), onde descreve o criobolium, uma versão econômica do taurobolium, modificação bastante comum à época vigente do culto, justificada pelo fato de que os touros eram animais caros e, por isso, preciosos, então, os iniciados o substituíam pelo cordeiro, cujo valor era menor. Godwin omite os fatos e afirma: “Assim, no criaobolium ocorria o batismo de sangue, ritual em que o iniciado era lavado com o sangue do cordeiro”. [7]

Os leitores mais desinformados poderiam ser atribuídos por essa semelhança notável com o cristianismo (v. Ap 7.14), mas um pouco de pesquisa é suficiente para desvendar a manipulação desonesta que visa depreciar a veracidade e originalidade dos preceitos cristãos.

Exageros e simplificações abundam nesse tipo de literatura. Os pesquisadores são ávidos em conjecturas semelhanças entre o batismo e a Ceia do Senhor, sacramentos análogos em certas religiões de mistérios. Tentativas de encontrar afinidades entre a ressurreição de Cristo e as alegadas “ressurreições” das deidades de mistério somam quantias volumosas que renderiam muito conteúdo para comentários.

No próximo artigo traremos a segunda e última parte desta matéria, trataremos um pouco mais sobre os sacramentos cristãos, os rituais pagãos e a ressurreição de Cristo, em contraste com os deuses das religiões de mistério, e finalizaremos com argumentos que contestam a influência que o cristianismo teria recebido dessas religiões.

Notas de referencia:

Klausner,Joseph. From Jesus to Paul (De Jesus a Paulo) Nova York: Macmillan, 1943, p.104.

2.Ver: Wagner, Gunter.Pauline Baptism and the pagan mysteries (O Batismo paulino e os miterios pagãos) Edimburgo: Oliver and Boyd, 1967, p260.

3.Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante?De modo nenhum! Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos? Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida. (Rm.6.1-4).

4.Nash,Ronald. The Gospel and the Greeks (O evangelho e os gregos). Texas: Probe books, 1992 ver capitulo

5.ibid.p,143-8.

6.V.Cumont, Franz. The Mysteries of Mithra (O mistério de mitra). Chicago: Open Fort, 1903 p.87.

7.Godwin, Joscelyn. Mystery Religions in the Ancient World (Religiões de mistério no mundo antigo) Nova York: Harper and Row. 1981 p.111.

Fonte: Defesa da Fé – ano 10 – número 81 / tradução do artigo: Elvis Brassaroto Aleixo.

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